Políticos, autoridades da área e a população lageana presente no Plenário Nereu Ramos evidenciaram acertos e apontaram melhorias para a próxima edição do evento
Um momento para ouvir a comunidade, os vereadores e os representantes da Prefeitura. Analisar pontos positivos e negativos. Apresentar casos de sucesso em eventos semelhantes, comparar e refletir sobre o modelo a ser adotado. Tudo isso pôde ser extraído da audiência pública promovida pela Câmara de Lages na noite de quinta-feira (dia 16) e que avaliou a 35ª Festa Nacional do Pinhão, realizada em junho deste ano.
A reunião foi proposta pelo presidente do Poder Legislativo Lageano, vereador Mauricio Batalha Machado. “A audiência pública não resolve a situação, mas ao ouvir as pessoas, as diferentes opiniões, pode apresentar encaminhamentos para a melhoria do evento”, explica o proponente.
Parque é “marca da Festa”
Ele elogiou o fortalecimento do Recanto do Pinhão, com a realização da Sapecada da Canção Nativa no calçadão da Praça João Costa, no Centro de Lages. Também revelou ter gostado dos shows no estádio Vidal Ramos Júnior, principalmente pela facilidade de acesso, segurança e organização, embora tenha sentido falta do congraçamento de pessoas – uma marca da Festa no Parque Conta Dinheiro.

Edital
Para Mauricio, não há tempo a perder para o lançamento do edital da próxima edição da Festa. Inclusive, ele pede que haja um entendimento da administração municipal para que o novo certame contemple a realização do evento por múltiplos anos pela empresa vencedora. “Nenhuma produtora de eventos vai aceitar uma licitação de um ano só, porque o risco de prejuízo é muito grande”, pondera. Com mais tempo, analisa, haverá mais organização, divulgação e serão contratados artistas mais renomados.
Presentes
Dos 16 vereadores, participaram ainda da audiência a vereadora Prof.ª Elaine Moraes e os vereadores Agessander Belezinha, Aldori Freitinhas, Alvaro Joinha, Castor e Nixon. Portanto, menos da metade.
Instituto Festa Nacional do Pinhão
A audiência pública é um evento que permite que a comunidade se expresse no Plenário, mediante inscrição prévia. Músico e agitador cultural, Luiz Carlos Macedo Júnior (Billy) ressalta a necessidade do município criar o Instituto Festa Nacional do Pinhão, ideia sua e que virou matéria legislativa do vereador Nixon (PL). A proposta visa estruturar o evento como uma política pública permanente, com ações culturais, de inclusão e de divulgação a serem desenvolvidas o ano todo, o que permitiria o acesso a recursos públicos como a Lei de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet e a captação de patrocínios através de isenções fiscais.
Comércio Ambulante
Representantes da Associação do Comércio Ambulante de Lages (Acal), Silvia Martins, Elis Branco, Dariana de Liz e Franklin Andreoli elogiaram o fortalecimento da Festa no centro da cidade e o espaço dado a eles pela atual administração municipal na construção do edital de credenciamento do evento.
Entretanto, reclamaram que os shows no Estádio Vidal Ramos Júnior (Tio Vida) não tiveram a mesma movimentação e mobilização do público como na época do Parque Conta Dinheiro. Todos foram unânimes em pedir mais oportunidades ao comerciante lageano em detrimento dos empresários forasteiros. “Queremos que o dinheiro gasto na Festa fique em Lages, aquecendo nossa economia”, afirma Silvia.
Quermesse
Em sua fala, o colunista do portal SC em Pauta, Jean Carlo Lima, pontua que se o modelo 2025 do evento for replicado será o fim da Festa Nacional do Pinhão. “Parece que não estamos falando de um evento nacional, mas de uma quermesse. (…) não foi um modelo adotado, foi uma improvisação devido a falhas da gestão”, disse ele, apregoando mais humildade à atual gestão para ouvir quem realizou eventos anteriores da Festa e tirar proveito disso.
Prefeitura
Para a secretária municipal de Administração, Fernanda Cristina Torres, as contribuições da comunidade, das entidades e dos vereadores foram muito importantes. Sobre a proposta do Instituto Festa do Pinhão, ela concorda que o Município precisa usufruir de todas as ferramentas e incentivos culturais disponíveis no estado e no país que ajudem na obtenção de recursos para a construção do evento.
A administradora também revelou ter atuado junto aos ambulantes nos editais de credenciamento, buscando um regramento o mais objetivo possível. “Entendo que o comerciante lageano precisa de mais espaço. Esse ano estiveram dentro do estádio, mas precisamos avançar ainda mais”, avalia.
Cancelamento
Sobre o evento deste ano, Fernanda conta que, por diversas vezes, houve o pensamento comum da Prefeitura em cancelar a festa. Segundo ela, a realização foi um ato de coragem da prefeita Carmen Zanotto e de todos os envolvidos no evento, após verem fracassadas as duas licitações lançadas devido às empresas concorrentes não terem o atestado técnico exigido para a realização do mesmo.
Festa sem turistas
“Nós fizemos uma festa para o lageano focada no turista”. A frase da secretária municipal de Turismo, Ana Vieira, talvez explique a intenção da Prefeitura para com o evento deste ano, embora, pelo curto tempo disponível para sua realização, não tenha agradado a totalidade daqueles que vivenciaram o momento.
Ponto crítico
Ponto mais criticado neste ano, os shows no Tio Vida foram um acerto para Ana, que destacou que a estrutura montada no estádio foi maior que em anos anteriores no parque, além de oferecer um ambiente seguro, limpo e acessível.
“A Festa do Pinhão é um ativo de Lages e não podemos abrir mão disso. Nossa cultura, nossa gastronomia, nossas pessoas são inegociáveis. Essa apreensão e utilização desse conhecimento não significa que ficaremos do tamanho da Oktober, mas sim, apontam o caminho que queremos trilhar com nossa comunidade”, concluiu a secretária.

Texto e fotos: Câmara Municipal de Lages
@barao.online



