Por Jean Carlo Lima
A decisão da companhia aérea, a AZUL, de cancelar a sua operação no aeroporto da cidade de Correia Pinto tem razões estritamente econômicas. Empresas de grande porte costumam, por estratégia, iniciar o ano ajustando suas estruturas à realidade econômica do país, com base em prognósticos sobre crescimento de receita e lucro.
A saída da AZUL deixa um recado importante: a região serrana não possui uma economia minimamente suficiente para sustentar a operação de uma companhia aérea com um único avião. Por outro lado, vê-se a manutenção da operação como fundamental para evitar um retrocesso em uma região que, ainda que de forma tímida, busca alternativas para impulsionar o crescimento econômico.
O governador do estado e a prefeita de Lages deram publicidade a uma ação conjunta, comprometendo-se a não poupar esforços políticos para convencer a empresa a reconsiderar e reavaliar sua decisão.
Desse modo, o problema que, até então, era de ordem econômica passou a ser também de ordem política, por iniciativa da dupla governante.
Caso o governo opte por oferecer subsídios — na forma de “aviõezinhos de dinheiro” — em um cenário em que a economia brasileira tende a se agravar ainda mais neste ano, tal medida seria apenas paliativa, adiando, por um breve período, o que se impõe como inevitável.
Fora essa possibilidade, é difícil imaginar que a retórica do governador, somada à sua limitada capacidade de argumentação, seja capaz de convencer um capitalista racional a aceitar prejuízos financeiros em nome do bem de uma região.
Só o tempo dirá se a dupla política foi capaz de uma cartada de mestre, de tirar um elefante da cartola ou apenas decidiu atravessar a rua de mãos dadas para escorregar na casca de banana.
Texto: Jean Carlo Lima
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